terça-feira, 2 de outubro de 2012

Vendas de carros caem 42% até setembro e ACAP exige reintrodução de incentivos ao abate

As vendas de automóveis ligeiros caíram 42,2% nos primeiros nove meses deste ano, para 85.284 unidades, de acordo com os dados divulgados hoje pela ACAP.
A quebra sentida nos ligeiros de passageiros foi menos intensa (39,7% para 74.461 unidades), enquanto nos comerciais ligeiros as vendas desceram 55,1% para 10.823 unidades.
“Esta contínua queda no mercado é dramática para as empresas do comércio automóvel. Por este motivo, a ACAP exige do Governo a reintrodução do Plano de Incentivos ao Abate de Veículos em Fim de Vida”, refere a associação do sector em comunicado, lembrando que tal decisão em Espanha já foi tomada, apesar de a queda ser menor do que em Portugal.
Em Setembro as vendas de veículos ligeiros desceram 35,8% para 7.477 unidades. Os ligeiros de passageiros recuaram 30,9% e os comerciais caíram 54,1%. Estas quedas são menos intensas do que no acumulado do ano, devido também ao facto de no mesmo mês do ano passado o mercado já ter caído fortemente.
A Renault continua a ser a marca mais vendida em Portugal, apesar da queda de 39,4% para 8.052 unidades nos primeiros nove meses do ano. Em segundo lugar surge a Volkswagen, com uma queda de 37,5% para 7.578 unidades.
As marcas de luxo mantêm também a tendência de quebra, com excepção da Porsche, que cresceu 25%, com 20 veículos vendidos em março, contra 16 em igual mês de 2008.
Jornal de Negócios/LUSA
1 de outubro de 2012

9 comentários:

  1. O que mais me admira nesta notícia é o facto de embora grande parte das marcas de automóveis terem revelado uma descida nas suas vendas, marcas de luxo como a Porsche terem tido um aumento nas suas vendas, neste caso pode-se verificar que as pessoas mesmo em crise continuam a por o luxo à frente de muitos bens de maior necessidade. De qualquer forma esta descida de certo que terá sido muito prejucidial pois as empresas particulares de automóveis têm vindo cada vez mais a entrar em falência devido à falta de integração do Plano de Incentivo ao Abate de Veículos em Fim de Vida que poderia melhor significativamente os lucros destas empresas pois os carros mais velhos (em fim de vida) seriam abatidos e as pessoas sentiriam a necessidade de comprar novos automóveis, revertendo assim esta tendência.

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  2. Estamos perante um período de recessão económica, na qual as pessoas, em geral, vêm o seu poder de compra a ser cada vez menor. Com essa constante diminuição, há menos procura na aquisição de bens e serviços, e as pessoas optam apenas pelo que realmente satisfaz as suas necessidades e fazem por onde não gastem muito com isso.
    Com esta notícia, concluimos que o setor automóvel está a ser fortemente afectado pela crise. Porém, há uma excepção - as vendas da Porsche aumentaram 25%, o que traduz a estabilidade das pessoas de classe alta, que continuam a ter poder de compra para adquirir estes bens, ou seja, os agentes económicos que não necessitam de financiamento; ou as pessoas que continuam a fazer extravagâncias e a pedir empréstimos para a aquisição deste tipo de carro.
    As causas para este acontecimento são, por exemplo, a diminuição do investimento por parte das empresas, a queda do crédito bancário, a diminuição do consumo, o agravamento das taxas, entre outros.. Como consequência há a diminuição dos lucros e dos ordenados. Uma hipótese para as vendas aumentarem seria investir na publicidade, mas, como sabemos, para isto é preciso haverem lucros, e estes são cada vez menores, então os comerciantes têm mais dificuldades de fazer negócio, o que irá afectar o crescimento económico de Portugal. Por vezes, este facto também poderá afectar a balança comercial, uma vez que, em alguns países, os automóveis são mais baratos e as pessoas importam-nos.
    Com as novas medidas do governo, fácil será prever que as vendas irão diminuir ainda mais em 2013, e que os carros vão ser tomados como bens quase supérfluos, e algo que só se irá adquirir com poupanças.
    É importante o governo implementar o incentivo ao abate de veículos em fim de vida, uma faz que haja menos poluição e faz com que as pessoas troquem os carros antigos e adquiram carros mais recentes, poupando assim dinheiro com manutenções do carro, entre outros.

    Marina Reis
    nº20

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  3. Actualmente, a Europa vive uma situação financeira muito frágil. A crise no sector automóvel é apenas mais uma consequência. Tal como a Marina disse, a recessão económica provoca a diminuição do poder de compra, e consequentemente, a diminuição da produção e do consumo, já que para ambos tem uma relação de interdependência.
    Na minha opinião, o aumento da venda de Porsche não está relacionada com o facto de as pessoas preferirem bens materiais aos de maior necessidade, como disse o Hugo. Apesar da crise, existe uma classe alta que têm poder de compra para possuir este tipo de bens. Hoje em dia, as pessoas que têm este poder de compra devem trabalhar maioritariamente no setor privado, porque apesar de os empresários terem de contribuir mais para a segurança social, os gestores de topo das grandes empresas conseguem cortar nos salários dos funcionários, mas manter os seus.
    Relativamente ao incentivo do governo, penso que poderiam reduzir o imposto automóvel. Por exemplo, os carros de maior cilindrada, os mais caros, têm de pagar um imposto maior.
    Só para concluir, em Portugal, a maioria das empresas neste sector não produz carros. As marcas de consumo são maioritariamente estrangeiras. As empresas portuguesas produzem essencialmente peças para automóveis como por exemplo os módulos. Na minha opinião, as empresas portuguesas para não ficarem dependentes do consumo automóvel deveriam investir na reconversão sectorial, a longo prazo. Desta forma, poderiam explorar novos mercados e expandir os seus negócios.

    Nádia Silva nº22 11G

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  4. Em relação ao comentário do Hugo João, quando ele afirma que o aumento das vendas dos automóveis das marcas de luxo ocorre pois “as pessoas mesmo em crise continuam a pôr o luxo á frente de muitos bens de maior necessidade”, não posso concordar inteiramente. É verdade que nalguns casos a população dá preferência aos bens de luxo, mas a meu ver não é essa a razão para ao aumento significativo das vendas dos automóveis das marcas de luxo. O que acontece é que mesmo em tempo de crise, a população de classe alta continua a ter poder de compra suficiente para adquirir bens considerados de luxo. Podemos também afirmar que estes são os agentes económicos que não necessitam de financiamento (tal como explica a Marina no seu comentário).
    Mas, na minha óptica, o que é mais importante de reter desta notícia, é o facto que mais um sector estar a evidenciar consequências, tão prejudiciais á economia nacional, com o desenrolar da crise.
    Com esta descida da venda dos automóveis em geral, também o consumo de combustível irá diminuir, e assim mais um sector será afectado.
    E é importante também apreciar as consequências ambientais deste problema. Ora, se todos sabemos que os automóveis mais recentes são menos poluentes, então o facto de serem consumidos menores quantidades destes bens, significa que irão ser preferidos automóveis mais antiquados, que evidentemente provocam mais danos para o meio ambiente.
    Concluo assim, que por vários motivos (apresentados anteriormente) é necessário fazermos algo com vista a mudar o rumo deste período de recessão.
    Carolina Rodrigues nº4

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  5. As estatísticas sobre o número de automóveis vendidos (comerciais e ligeiros) num país é uma das principais medidas sobre a evolução do consumo nesse país. O automóvel é um dos bens cujo consumo mais rapidamente reage a diferenças no rendimento disponível das famílias. Assim, uma vez que Portugal está em grande recessão económica, o rendimento disponível das famílias é diretamente afetado. Logo, é normal que num ano o consumo de automóveis, veículos utilitários e necessários às famílias, tenha sofrido um decréscimo de 42,2%.
    Relativamente ao aumento da venda de Porsche, é importante analisar os valores absolutos e não só os valores percentuais. O consumo de automóveis Porsche aumentou 25%, valor percentual que corresponde a apenas 4 veículos. Este aumento não é de todo relevante e não se pode tirar dele qualquer conclusão sobre aumentos de consumo ou não da classe alta.
    Quanto ao Incentivo ao Abate dos Veículos no Fim de Vida pedido pela ACAP, claro está que é uma medida que para além de poder incentivar o consumo de veículos ligeiros e comerciais, terá também consequências ambientais, uma vez que os veículos antigos são mais nocivos para o meio ambiente.

    Rita Patrício

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  6. Como a Ana disse na sua apresentação, esta notícia pode ser abordada de vários pontos de vista. Primeiro, como um sinal positivo para a economia Portuguesa, referindo a diminuição de importações por parte do sector automóvel, diminuindo assim a diferença da balança comercial, equilibrando as importações e exportações.
    Depois, como um sinal positivo para o ambiente, não através da reintrodução do plano de incentivos ao abate de veículos em fim de vida (pois essa medida não alteraria o numero de carros em circulação, apenas a idade dos carros em circulação), mas sim pela diminuição dos carros em circulação, visto que são vendidos menos carros.
    No entanto, esta notícia tem também várias consequências negativas, tais como a diminuição de vendas por parte de várias empresas do sector, o que consequentemente poderá levar a despedimentos e à falência de algumas empresas.
    O aumento do número de desempregados pode ser bastante grave se esta tendência se mantiver, atendendo ao aumento dos encargos do estado com as obrigações relativas ao subsídio de desemprego. Em termos sociais, sendo as pessoas com mais idade as primeiras a serem despedidas devido aos seus mais elevados salários, terão mais dificuldade em voltar à vida activa.
    Esta noticia é também um bom exemplo de como a crise atinge as diferentes classes sociais, pois através dela conseguimos compreender que as classes mais afectadas são as classes baixa e média, enquanto que a classe alta pouco sofre continuando a poder gastar o seu dinheiro em bens de luxo.
    Para concluir, tenho de referir que esta notícia para além de nos alertar para a diminuição de vendas por parte de empresas automóveis, alerta-nos também para a recessão (contenção de custos) de empresas de outros sectores. É-me possível afirmar isto através da citação da noticia, “A quebra sentida nos ligeiros de passageiros foi menos intensa (39,7% para 74.461 unidades), enquanto nos comerciais ligeiros as vendas desceram 55,1% para 10.823 unidades.” Que nos informa que também as empresas estão a consumir menos automóveis.

    Sara

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  7. A queda da venda dos automóveis tem por base a crise que vivemos actualmente. Claro que com os lucros das empresas a descerem, com o número de desempregados a aumentar e com cortes e cortes, o rendimento das famílias passa a ser menor, sendo que a população terá menor poder de compra, o que se verifica nesta diminuição de carros vendidos.
    A diminuição de carros vendidos significa que as famílias passaram a prolongar o tempo o seu anterior carro, ou seja, os carros que andaram na estrada serão carros com mais anos. para combater isso e obrigar as famílias a comprarem novos veículos, criaram-se os incentivos ao abate.
    A diminuição dos carros vendidos tem, como qualquer aspecto, um lado positivo e um lado negativo. no lado negativo vejo a diminuição de lucros das empresas automóveis, dos pintores dos carros, dos mecânicos, empresas de seguro e de todos os trabalhos adjacentes da venda de automóveis. no entanto, numa perspectiva positiva, a diminuição da compra de carros significa um maior equilíbrio da balança comercial portuguesa (pela diminuição do valor das importações), visto que os carros que compramos provêm do estrangeiro. A juntar ao equilíbrio da balança comercial, temos também um factor bastante importante: o ambiente. à falta de carro as famílias passaram a usar os transportes públicos, bicicletas ou até a deslocação a pé, sendo que são métodos com um grau de poluição bastante menor para o Planeta.

    Catarina Castela

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  8. A crise o sector automóvel é fruto de uma crise global que afeta o poder de compra!
    O aumento do desemprego, a diminuição dos rendimentos das famílias e as dificuldades no acesso ao crédito são apenas alguns dos fatores que explicam a redução da venda de automóveis. Não tem a ver com as viaturas, mas com aquilo que condiciona a vida dos agentes económicos e o comércio em geral.
    O que tem acontecido é que o Estado ao presenciar de uma escassez de fundos, sente necessidade de intervir em alguns fatores, sendo um deles o aumento dos impostos sobre os automóveis. Ora, esse aumento, em períodos de depressão do mercado, provoca uma queda nas vendas, e, consequentemente, uma desaceleração ou mesmo queda da receita fiscal automóvel, que conduzirá inevitavelmente ao encerramento de inúmeras empresas e ao aumento do desemprego.
    A reintrodução de Incentivo ao Abate de Veículos em Fim de Vida, além de comprometer a segurança pública e a qualidade do ambiente, incentiva também a sua substituição por automóveis novos, mais seguros, menos poluentes e com maior eficiência.

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  9. O decréscimo da venda de automóveis, tal como já foi referido, deve-se à conjuntura económica actual do país. A falta de poder de compra deve-se essencialmente ao desemprego, à redução de salários na função pública, e os que ainda tem algum poder de compra reservam as suas economias para outros fins. Mesmo com a redução de preços e as constantes promoções que são feitas, não despertam o interesse às pessoas que ainda tem algum poder de compra. Com a actual crise, os bancos também não financiam crédito às famílias com tanta facilidade.

    Catarina Araújo

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