FMI avisa que demasiada
austeridade pode ameaçar a retoma
-Estudos do FMI mostram
que, no actual contexto, o ajustamento
orçamental pode ter um impacto negativo nas economias. Instituição pede
política de redução do défice menos agressiva.
-O Fundo Monetário Internacional (FMI) acaba de divulgar o seu novo relatório Fiscal Monitor, onde avalia os progressos dos vários países mundiais em matéria orçamental. E chega à conclusão de que a consolidação orçamental, que, à partida, tem sempre um impacto no crescimento de curto prazo, pode ser ainda mais prejudicial no actual contexto económico.
-Os multiplicadores
orçamentais são um conceito económico que define o rácio entre uma variação do
Produto Interno Bruto (PIB) de um país e uma variação dos gastos públicos que
está na origem daquela variação do PIB.-O Fundo Monetário Internacional (FMI) acaba de divulgar o seu novo relatório Fiscal Monitor, onde avalia os progressos dos vários países mundiais em matéria orçamental. E chega à conclusão de que a consolidação orçamental, que, à partida, tem sempre um impacto no crescimento de curto prazo, pode ser ainda mais prejudicial no actual contexto económico.
Com base neste estudo, o FMI revela que, neste momento, os multiplicadores orçamentais parecem estar acima dos níveis médios identificados em estudos anteriores. Ou seja, o impacto que as medidas de austeridade está a ter sobre a economia é maior do que o previsto.
-O FMI defende, sem referir nomes, que “várias outras economias da zona euro devem deixar permitir que os estabilizadores automáticos actuem livremente”. Ou seja, não devem reduzir o défice a todo o custo, sob pena de enfraquecer ainda mais a actividade económica e, inclusive, exacerbar os receios dos mercados face às perspectivas de crescimento.
Jornal Público 17/4/2012