sexta-feira, 20 de abril de 2012


FMI avisa que demasiada austeridade pode ameaçar a retoma

-Estudos do FMI mostram que, no actual contexto, o ajustamento orçamental pode ter um impacto negativo nas economias. Instituição pede política de redução do défice menos agressiva.
-O Fundo Monetário Internacional (FMI) acaba de divulgar o seu novo relatório Fiscal Monitor, onde avalia os progressos dos vários países mundiais em matéria orçamental. E chega à conclusão de que a consolidação orçamental, que, à partida, tem sempre um impacto no crescimento de curto prazo, pode ser ainda mais prejudicial no actual contexto económico.
-Os multiplicadores orçamentais são um conceito económico que define o rácio entre uma variação do Produto Interno Bruto (PIB) de um país e uma variação dos gastos públicos que está na origem daquela variação do PIB.
Com base neste estudo, o FMI revela que, neste momento, os multiplicadores orçamentais parecem estar acima dos níveis médios identificados em estudos anteriores. Ou seja, o impacto que as medidas de austeridade está a ter sobre a economia é maior do que o previsto.
-O FMI defende, sem referir nomes, que “várias outras economias da zona euro devem deixar permitir que os estabilizadores automáticos actuem livremente”. Ou seja, não devem reduzir o défice a todo o custo, sob pena de enfraquecer ainda mais a actividade económica e, inclusive, exacerbar os receios dos mercados face às perspectivas de crescimento.
                                                                 
                                                                                 Jornal Público 17/4/2012

10 comentários:

  1. Todas estas medidas impostas pelo FMI neste momento estão a ter um impacto muito negativo em termos de crescimento económico. Todo o sector económico está em recessão. Num país pouco produtivo e muito dependente das importações, esta situação ainda mais se agrava. As despesas públicas, que se pretendem minimizar, não têm estado a criar o efeito desejado – o rácio entre o PIB e estas despesas está acima dos níveis médios. A economia europeia está toda em recessão por receio das medidas impostas pelo FMI no sentido de reduzir as despesas públicas, defendendo que se deveria antes deixar actuar livremente os próprios agentes económicos que ajudariam a equilibrar o défice sem pôr em risco a produção de bens e serviços, as transacções nacionais e internacionais, etc., ao invés de reduzir o défice a todo o custo. Numa economia em que tudo está parado (estagnação) não basta a redução das despesas para que os indicadores económicos tenham uma perspectiva mais positiva.

    Margarida Sá, 10ºG, nº19

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  2. Há cerca de um ano, quando Portugal necessitou de ajuda externa, teve a intervenção da Troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional). A Troika impos ao nosso país medidas de restrição orçamental. As medidas impostas pela Troika, foram medidas restritivas e que visavam cortes na Despesa Pública por forma a conseguir-se uma consolidação orçamental, entendendo-se por consolidação orçamental, um conjunto de medidas destinadas a reduzir o défice orçamental e a acumulação da dívida.
    Como é do conhecimento geral, o Governo português não só cumpriu à risca as medidas impostas pela Troika, como ainda implementou mais algumas medidas restritivas.
    Vem agora o FMI alertar para o facto: “: Demasiada austeridade pode ameaçar a retoma”. Assim, no seu último relatório, informa-nos que na atual conjuntura, o excesso de medidas restritivas prejudica a economia.
    No seu relatório, o FMI chegou à conclusão que na atual conjuntura, o efeito multiplicador de cortes na despesa pública é muitíssimo mais sensível. Assim, cortes na despesa pública provocam oscilações muito superiores no PIB do que provocavam anteriormente.
    Em Economia, entende-se que um efeito multiplicador verifica-se em geral quando uma variação unitária numa determinada variável exógena ou externa provoca uma variação mais que proporcional numa outra variável, de carácter endógeno ou interno.

    Rita Patrício

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  4. O excesso de austeridade com cortes cegos em vários sectores, gera sentimentos de insegurança, medo, e revolta por parte da população em geral, que vê os seus rendimentos reduzidos quer seja através dos seus vencimentos, dos encargos mensais, com preços de bens e serviços a subir constantemente, e ainda a carga fiscal que agrava a situação. Todos estes factores conduzem á diminuição do consumo, por outro lado temos as empresas com dificuldades acrescidas em escoar os seus produtos, sobretudo em território nacional/europeu, havendo portanto necessidade de as mesmas se reinventarem de forma a colocarem a sua produção em terras estrangeiras apostando sobretudo na qualidade, pois não temos outras capacidades de competitividade nomeadamente mão-de-obra barata, produção de matéria-prima, etc.
    A evolução da situação é negativa, pois como temos assistido a consequência mais desastrosa é a falência das empresas com aumento do número de desempregados, que por sua vez vão beneficiar de um subsídio de desemprego, que em Portugal é dado sem que seja pedido qualquer retribuição (por exemplo trabalho comunitário), levando á desmotivação e inércia dos beneficiários, para procurar/inovar uma saída profissional.
    A retoma é pois influenciada por vários factores e principalmente pela capacidade de inverter a situação acima descrita. Como foi dito pelo FMI relativamente á Grécia em 2011, penso que também Portugal e até os restantes países da União Europeia beneficiariam das reformas estruturais nas instituições e mudanças nas regras orçamentais, nomeadamente no que diz respeito aos gastos públicos/transparência na gestão/favorecimentos...
    Em Portugal o Dr. Passos Coelho disse ontem á SIC notícias que "quer fazer da Ciência e da Tecnologia "as grandes parceiras das empresas portuguesas" e um dos principais motores do crescimento e do emprego". Este passo poderá ser um grande contributo para a concretização da retoma!
    Ass: Carolina Rodrigues nº3

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  5. Para mim a parte mais importante de toda a notícia assenta no facto de «O FMI defende, sem referir nomes, que “várias outras economias da zona euro devem deixar permitir que os estabilizadores automáticos actuem livremente”. Ou seja, não devem reduzir o défice a todo o custo, sob pena de enfraquecer ainda mais a actividade económica e, inclusive, exacerbar os receios dos mercados face às perspectivas de crescimento.» Isto vai de acordo com o que tem sido referido nas aulas nos últimos tempos. O mercado deve actuar livremente. Como dizia "o nosso amigo mago" quando confrontado com o pedido do rei bondoso para que adivinhasse o preço pelo qual devia ordenar o comércio do trigo e a quantidade a ser produzida de modo a proporcionar felicidade aos seus súbditos, agricultores e consumidores, isto aconteceria naturalmente se o rei cumprisse uma condicão: Abster-se de intervir! Isto porque as forças de mercado através do "jogo da oferta e da procura" encarregar-se-iam de igualar as quantidades oferecidas e procuradas estabelecendo um determinado preço de equilíbrio. Esta intenção vai também de acordo com a teoria neoliberal de Adam Smith da "mão invisível": «a iniciativa privada deveria agir livremente, com pouca ou nenhuma intervenção governamental. A competição livre entre os diversos fornecedores levará não só à queda do preço das mercadorias, mas também a constantes inovações tecnológicas, com o intuito de baixar o custo de produção e vencer os competidores.»
    Em resumo, a iniciativa do Governo é importante assim como a ajuda da Troika para o ajustamento orçamental mas será que depois de toda a austeridade que nos foi pedida não será já tempo de confiar nas "forças ocultas do mercado"?

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  6. As dificuldades económicas existentes em Portugal criaram necessidade de recorrer a intervenção do fundo monetário internacional, de forma a resolver os problemas do país em geral. Para recorrermos a esta ajuda, Portugal teve adoptar regras (imposições) impostas pelo FMI, tais como, agravamento do IRS para a classe média, diminuição das deduções relativas a despesas com compra de casa, com saúde e com educação, aumento do IMI (imposto municipal de imóveis), Descida do IMT (Imposto Municipal de transacções), aumento das taxas moderadoras na saúde, aumento do IVA (serviços e produtos), corte nas pensões acima de 1500 euros mensais, duração do subsídio de desemprego reduzida para 18 meses, Corte progressivo do subsídio de desemprego a partir do 6º mês, entre muitas outras. Com a aplicação de todas estas imposições, os portugueses têm vinda a sentir cada vez mais dificuldades financeiras, diminuindo assim as qualidades de vida destes.
    As medidas impostas pelo FMI são no sentido da retoma económica do país, mas este aponta que as medias de austeridade que estão a ser aplicadas em Portugal, poderão levar a quebra da retoma do país.

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  7. Ainda que em fase de estudo, o FMI vêm alertar para o facto das medidas restritivas,em termos orçamentais, terem efeitos contraproducentes nomeadamente ao nível do crescimento económico e do emprego. Segundo os estudos do FMI, os multiplicadores estão acima dos valores inicialmente previstos, facto que acarreta variações significativas em termos de PIB ao variar os Gastos Públicos. Neste enquadramento, e, se se vier a verificar os receios do FMI, tal situação poderá ter consequências muitos gravosas para Portugal nomeadamente em termos do decrescimento económico e desemprego. Para além disso,esta situação pode igualmente criar alguma destabilização em termos de política económica, uma vez que a TROIKA é composta pelo próprio FMI e por outras duas entidades, BCE e Comissão Europeia que têm defendido posições mais restritivas. Nádia Silva nº21 10g

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  8. Em primeiro lugar, tal como o FMI, também eu temo que toda esta austeridade vá ameaçar a retoma na economia portuguesa. Tem-se exigido bastantes esforços à população portuguesa, esforços que são compreendidos, pois a nossa dívida é muito grande e é necessário bastante dinheiro para a pagar. No entanto todos estes esforços têm um lado negativo.

    Considero que se continuarem a aumentar os impostos e a criarem-se novas taxas toda a economia portuguesa poderá recuar, pois o nível de vida da população está a descer. O poder de compra dos portugueses é cada vez mais baixo, o que varia exactamente no sentido contrário dos seus receios e inseguranças, que são cada vez maiores. Com um baixo poder de compra, com medo de comprar novos bens e usufruir de outros serviços porque a situação do país não é estável, o consumo dos portugueses vai diminuir. Com uma diminuição do consumo, também os lucros das fábricas e empresas vão baixar vindo até mesmo a dar prejuízos e causar despedimentos. Todas estas consequências vão provocar um ciclo bastante negativo do qual o país terá dificuldades em sair, para não falar já no negativismo presente na diminuição do consumo por si só, ou no negativismo inerente ao aumento do desemprego ou diminuição dos lucros das fábricas.

    Para além da exigência financeira feita à população que leva a todos estes aspectos prejudiciais, é de relembrar que este dinheiro exigido servirá unicamente para pagar a dívida e por isso nada contribuirá para o desenvolvimento do país (ou seja, o desenvolvimento de Portugal ficará atrasado em relação a outros países que vão criando oportunidades para se desenvolverem ficando esses mais atractivos). Por esta razão, penso que se deverá ter cuidado quando se aumenta impostos e se criam novas taxas, pois apesar de serem necessários para o pagamento da dívida, poderão colocar Portugal em risco.

    Por isso o que seria preferível ? Conseguirmos pagar a dívida num menor tempo mas ficarmos mais atrasados em relação a outros países que aumentariamos o nosso grau de dependência ou estar mais tempo a pagar a dívida mas com um nível de vida menos rigoroso ?
    Na minha opinião, acho essencial mantermos um certo nível de vida, pois se não o fizermos toda a conjuntura do sistema económico português poderia desabar e desta maneira seria ainda mais difícil pagar as dívidas.

    Catarina Castela

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  9. É importante ter cautela na forma como os países consolidam as contas no curto prazo, juntamente com os planos credíveis de controlo das contas no longo prazo.

    Os riscos orçamentais continuam elevados. Segundo o FMI, o ideal será criar conselhos fiscais e regras orçamentais.
    Havendo mais gastos públicos e maior variação do PIB, os multiplicadores orçamentais serão maiores.

    Portugal deve acelerar a consolidação orçamental, uma vez que estamos a enfrentar uma grande crise económica.
    Também é preciso ter atenção para que, havendo mais austeridade e reduzindo o défice, não haja diminuição da produtividade, fazendo com que o crescimento económico diminua.
    A consolidação orçamental traduz-se-á com o aumento significativo do desemprego, que levará à diminuição do poder de compra das famílias e o aumento das falências. Esta consolidação tem consequência muito negativas.

    A crise na Zona Euro leva a que a economia mundial esteja em risco, daí a intervenção do FMI.

    Marina Reis

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  10. O excesso de austeridade para além de gerar um clima de insegurança no nosso país, pode levar ao aumento da inflação. Uma das causas para o aumento da inflação é o aumento dos custos de produção. Com o aumento da austeridade está associado um aumento das taxas e impostos. Estes aumentos levaram a uma subida dos preços dos produtos e consequentemente a um aumento dos custos de produção.

    Com este aumento iniciasse assim um clico vicioso do qual é difícil sair. O aumento da inflação não acompanhado pelo aumento dos salários vai levar à diminuição do poder de compra, a diminuição do poder de comprar levará à diminuição de vendas, que levará à diminuição de salários e ao aumento dos custos de produção.

    Portanto, na minha opinião a estratégia que deveria ser utilizada pelo nosso governo deveria ser esta que o FMI veio agora propor. O Governo não deveria elevar ainda mais o nível de austeridade económica a que Portugal está sujeito. Como a Ana afirmou, os mercados, através de um jogo entre a oferta e a procura arranjariam um preço justo que satisfizesse a população geral, permitindo a toda a gente continuar a consumir.

    Contudo não sou a favor da “Austeridade Nula”. Sim, os mercados conseguiram equilibrar os preços dos produtos e bens, mas é necessário continuar a implementar medidas económicas de ajuda ao estado para que este tenha recursos para sair da banca rota.

    Sara

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